terça-feira, 30 de junho de 2015

Acabam as desculpas e filme solo do Hulk pode muito bem ser produzido


O Universo Cinematográfico Marvel (UCM) continua em expansão ano após ano com lançamentos pontuais de seus heróis. Já estão confirmados novos heróis com os filmes de Homem Formiga (2015), Doutor Estranho (2016), Pantera Negro (2017) e Capitã Marvel (2018). Outros filmes ganharão sequências como Capitão América (2016), Thor e Guardiões da Galáxia (2017) e Os Vingadores (2018). Além da possibilidade do filme solo do Homem Aranha, agora que os direitos sobre o Cabeça de Teia estão de volta à Marvel. Porém um herói continua sem força nos bastidores para conseguir enfim seu (novo) filme solo: O Incrível Hulk.

Mark Ruffalo, em recente entrevista ao site Collider, disse os motivos de não vermos tão cedo um filme do Gigante Esmeralda:

"No que se refere a um filme solo do Hulk, a Marvel ainda não tem os direitos. Isso ainda é propriedade da Universal, então há essa questão (...). É um grande impedimento para se avançar com isso. Mas eu não acho que seja insuperável".

O intérprete de Bruce Banner está meio certo, mas também meio errado por tal pronunciamento. De fato, os direitos não são 100% da Marvel, porém ela tem total poder de produzir ou não um filme solo do Hulk. A Universal, antiga detentora dos direitos, após o fiasco do primeiro filme do Hulk (2003) de Ang Lee, não produziu uma sequência do filme em até dois anos (2005) e perdeu automaticamente os direitos sobre o herói, conforme previsto em contrato. Portanto o filme O Incrível Hulk (2008) de Louis Leterrier, já tinha seus direitos totalmente voltados à Marvel.

A Forbes enumerou três principais motivos para que os Estúdios Marvel não cogitem, ao menos por hora, a fazer um filme sobre o Golias Esmeralda, são eles: 
  1.  Os filmes anteriores do Hulk, recentes, tiveram um retorno de público e crítica bem inferior aos dos outros filmes da Marvel, sendo um risco desenvolver um novo filme do super-herói.
  2.  O Hulk parece funcionar melhor como um curinga do que como personagem central com um filme próprio.
  3.   Reimaginar o Hulk como nada mais que um monstro furioso não impressionou o público nos filmes anteriores.
Na minha visão, após a estreia de Vingadores, o cinema de super-herói, principalmente o do UCM, mudou completamente, atingindo um patamar onde a Marvel pode dar-se ao luxo de lançar heróis como Pantera Negro, Capitã Marvel e Homem Formiga, personagens completamente secundários dentro do próprio universo Marvel dos quadrinhos e principalmente desconhecidos do público em geral.

O status que a empresa já garantiu lhe permite lançar filmes dos heróis mais desconhecidos possíveis que ainda lhe renderá lucro. Lembrando ainda que mesmo considerados fracassos, nenhum desses filmes do Hulk deram prejuízo (Hulk de 2003 - US$245.3 milhões; O Incrível Hulk de 2008 - US$263.4 milhões). Para efeito de comparação, o Capitão América: O Primeiro Vingador arrecadou US$370.5 milhões, “apenas” US$107,1 milhões a mais que o filme de 2008. Se querem receitas acima dos US$500 milhões entende-se perfeitamente o lado da Marvel, porém ainda assim não há alarde quanto a uma má receita.

Hoje Mark Ruffalo como Bruce Banner é muito mais carismático que Eric Bana e Edward Norton juntos. Seus Hulk's também não competem com a qualidade de CGI utilizada nos últimos dois filmes dos Vingadores. Portanto acho errônea essa análise de que a Marvel tem medo de lançar mais um filme. Não haveria motivo suficiente para sustentar essa hipótese, uma vez que os fãs clamam por um novo filme. Talvez pautados na esperança de ver, enfim, seu herói retratado nas telonas de maneira digna.

Não quero comparar a carga dramática entre um herói e outro, mas após os grandes filmes de Batman do diretor Tim Burton, Joel Schumacher destruiu completamente a franquia do Homem Morcego nos cinemas até que Christopher Nolan reciclasse tudo que já havíamos visto e desse início (para muitos) a melhor franquia de filmes de super-heróis de todo o cinema com a trilogia do Cavaleiro das Trevas em 2004.

O Hulk dos dois filmes do Vingadores já ultrapassou a barreira que o assemelha ao Dr. Jekyll e Mr. Hyde (O Médico e o Monstro), podendo controlar sua transformação no clímax do primeiro filme e relacionar-se com a Viúva Negra no segundo, além de (SPOILER ELERT!) no final do longa ainda ter a capacidade cognitiva necessária para pilotar uma nave e fugir da zona de guerra deixando Romanoff para trás.

Assim como o novo filme do Homem Aranha, que será produzido pela Marvel em parceria com a Sony, não contará a história de origem do personagem, um novo filme do Hulk também pode pular essa parte. Pode até mesmo explorar o final dos Vingadores, como disse no parágrafo anterior. Alguns fãs chegaram a cogitar a hipótese de a história ser baseada na série Planeta Hulk, que inclusive bate com a evolução cognitiva que expus também no parágrafo acima.

A Marvel está numa posição completamente cômoda e estável para poder recriar os filmes que quiser. Basta ter a vontade e a intenção de recriar aquele que é, ao lado do Homem Aranha, o personagem mais querido do grande Stan Lee (e meu também, diga-se de passagem). A Marvel já provou por A+B que acerta a mão quando o assunto é “blockbusters”. Um estúdio que conseguiu reunir uma equipe composta por um humano contrabandista, a mulher mais perigosa do universo, um assassino inescrupuloso, uma “arvore” humanoide e um guaxinim de bazuca, que nunca tiveram o mesmo sucesso nos quadrinhos, ser uma das principais receitas da empresa no cinema, mais um filme do Hulk não deve doer.

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