Uma das mais emocionantes histórias de sofrimento e superação, vinda do
estoque interminável que foi a Segunda Guerra Mundial e da ferrenha guerra
entre Estados unidos e Japão, sempre rendem boas histórias se bem revirado for
o fundo do baú. Invencível (2014), segundo filme de Angelina Jolie na direção,
é mais um desses que tenta nos fisgar pela dramaticidade que a história
apresenta e não pela simples história patriótica de guerra que os americanos
tanto gostam. Fazer uma cinebiografia de um reconhecido herói de guerra pode
levar o diretor do céu ao inferno em questão de “takes”.
Com uma atuação que não chega a ser brilhante mas que carrega uma carga dramática
interminável, Jack O’Connell interpreta Louis Zamperini, medalhista olímpico
que é convocado à luta na Segunda Guerra Mundial e acaba tendo seu avião
abatido pelas forças do exército japonês em pleno oceano pacífico onde fica à
deriva por intermináveis 47 dias. É capturado pelos japoneses e passa o
restante do conflito aprisionado em uma prisão militar japonesa. É atormentado
pelo temido oficial japonês Mutsushiro Watanabe (Miyavi) no restante da história. A
partir daí, a trama gira no confronto entre o prisioneiro americano e o oficial
japonês.
O filme é grandioso
nos termos técnicos. Tanto os efeitos gráficos quanto a fotografia de Roger
Deakins são sensacionais. Peca um pouco na falta de música, num filme tão
longo, um pouco de música seria mais interessante, ainda que o silêncio dramático
seja necessário em certos momentos. Mas onde o longa deixa mais a desejar é no
próprio roteiro, atribuindo um pouco à direção. O filme demora um pouco mais
que o esperado para entrar no clímax e isso pode causar incômodo. A direção às
vezes parece não conseguir dar conta de uma história tão rica quanto essa. Em
um filme baseado em fatos reais, as vezes os diretores precisam uma certa
“liberdade cinematográfica” para fazer do longa um filme mais aprovável do que
de fato aconteceu.
As interpretações
foram muito bem executadas, os atores Garrett Hedlund (Comandante John Fitzgerald) e Domhnall Gleeson (Russell
Allen 'Phil' Phillips) tiveram atuações de destaque, Jack O’Connell foi primoroso, a exceção fica por conta de Miyavi. Desde que vi
seu nome dentre os principais do filme, eu que conheço a carreira do excêntrico
japonês como músico, fiquei curioso em ver um papel de grande porte e diferente
de tudo que ele já havia feito em sua carreira, sem os cabelos coloridos ou
roupas chamativas. Ele se vai bem até certo ponto, mas talvez a falta motivação
e a quebra da característica de seu personagem que amolece numa hora que não
deveria, e isso nem pode ser colocado apenas em sua conta, tenha sido um fator
que fez com que muitos outros críticos tenham condenado a atuação do artista.
Tanto na sua
carreira com filmes blockbusters
misturados aos artísticos, quanto na sua vida pessoal, Angelina Jolie nunca foi
um produto hollywoodiano embora tenha todos os atributos para isso. Casada com
um galã de cinema, dona de atributos que causam inveja às mulheres e são
irresistíveis aos homens ao mesmo tempo em que é embaixadora da Unicef na
África, Jolie escolheu o caminho mais difícil para estampar sua estrela dentre
as tantas de Hollywood. O filme Invencível, não chega a ser o novo “O Resgate
do Soldado Ryan” (1988) mas também passa longe de ser um “Pearl Harbor” (2001). Foi mais um grande
desafio bem executado na carreira da diferenciada atriz, agora, diretora.
Ficha Técnica
Estreia: 15/01/2015
Gênero: Biografia, Drama, Guerra
Duração: 137 min.
Origem: Estados Unidos
Direção: Angelina Jolie
Roteiro: Ethan Coen, Joel Coen, Richard LaGravenese, William Nicholson
Distribuidor: Universal Pictures do Brasil
Classificação: 14 anos
Ano: 2014
Estreia: 15/01/2015
Gênero: Biografia, Drama, Guerra
Duração: 137 min.
Origem: Estados Unidos
Direção: Angelina Jolie
Roteiro: Ethan Coen, Joel Coen, Richard LaGravenese, William Nicholson
Distribuidor: Universal Pictures do Brasil
Classificação: 14 anos
Ano: 2014
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