Os
contraceptivos são métodos que homens e mulheres encontram para
evitarem uma possível gravidez indesejada. Existem várias maneiras
de o casal se prevenir, que vão desde medicamentos e aparelhos
(reversíveis) ou através da realização de cirurgias
(irreversíveis). Embora o índice de eficácia seja o mais seguro,
os contraceptivos irreversíveis requer alguns cuidados que
homens e mulheres devem levar em consideração antes da decisão de
prosseguir com a cirurgia.
Existem
duas opções de esterilização, a vasectomia para os homens e a
ligadura das trompas para as mulheres. No caso dos homens a cirurgia
ainda pode ser revertida em 3 ou 4 anos, já as mulheres não possuem
essa opção. Por se tratarem de procedimentos cirúrgicos, os
médicos aconselham que essa seja a última alternativa para o casal,
pois requerem diversas condições para a realização dos
procedimentos.
Esterilização
Masculina: Vasectomia
Considerada
um dos contraceptivos mais seguros que existem, a vasectomia é um
procedimento cirúrgico simples, rápido e indolor que pode ser feito
até mesmo em ambulatórios, com o paciente podendo retomar suas
atividades diárias assim que o processo for finalizado. É um
procedimento 100% seguro, feito apenas com anestesia local e que não
requer necessidade de hospitalização.
A
vasectomia consiste na interrupção da circulação dos
espermatozoides produzidos pelos testículos e depois conduzidos pelo
epidídimo. Do epidídimo os espermatozoides caem nos canais
deferentes e em seguida desembocam na uretra, para então serem
expelidos na ejaculação. Exemplificando, trata-se da extração de
um dos canais responsáveis por transportar os espermatozoides.
É
importante salientar que a ejaculação continuará ocorrendo
normalmente e a cirurgia não afeta o funcionamento do órgão sexual
masculino. Alguns homens têm receio que os contraceptivos
irreversíveis possam de alguma maneira afetar a sua virilidade
masculina. Mas essa é uma falsa informação, já que a vasectomia
apenas deixa o homem estéril, ou seja, incapaz de ter filhos.
O
homem segue reproduzindo seus hormônios de maneira natural. Após a
retirada desse canal, é importante entender que apenas o sêmen não
recebe mais os espermatozoides responsáveis pela fecundação do
óvulo.
Um
dos receios dos homens é quanto a sentir dor durante as relações
sexuais. É preciso esclarecer que alguns poucos pacientes chegam a
reclamar de pequenas dores nos testículos, que é justamente onde
foi feito o bloqueio da passagem dos espermatozoides para o sêmen no
momento da ejaculação.
Mas
na maior parte dos casos, não há o que temer. As relações sexuais
acontecem normalmente sem qualquer tipo de desconforto e o prazer
será sentido normalmente.
Uma
diferença que pode acontecer é quanto a consistência do esperma,
que pode ser que fique mais líquido quando o normal é que seja mais
grosso.
Esterilização
Feminina: Ligadura das Trompas
Também
conhecida como “laqueadura tubária”, a ligadura das trompas
uterinas é uma intervenção cirúrgica que esteriliza a mulher
permanentemente. Trata-se de cortar as trompas de Falópio em
sua parte mediana, para evitar que o óvulo seja fecundado e chegue
ao útero. Em outras palavras, o objetivo aqui é cortar as trompas e
amarrar suas extremidades para impedir a descida do óvulo e a subida
do espermatozoide até o local.
Há
dois tipos de ligaduras: Abdominal e vaginal
As
ligaduras de trompas abdominais são as minilaparotomia e a
videolaparoscopia.
- Minilaparotomia: procedimento onde é feito um pequeno corte acima da região do pubis.
- Videolaparoscopia: realizada por meio da introdução de uma minicâmera de vídeo no abdômen.
Há
também dois tipos de ligaduras vaginais, conhecidas como colpotomia
e histeroscopia.
- Colpotomia: incisão pelo fundo-de-saco posterior da vagina
- Histeroscopia: permite acesso às trompas através da cavidade endometrial
A
eficácia dos procedimentos é de praticamente 100%. Diferentemente
da vasectomia, nas duas intervenções cirúrgicas não há a
possibilidade de reversão. Portanto, antes da realização da
cirurgia, a mulher precisa estar completamente convicta dessa
decisão.
O
procedimento é simples porém é necessário hospitalização da
paciente. O procedimento é realizado com anestesia geral ou regional
e a recuperação varia de acordo com a mulher. É recomendado
atividades leves de 24 a 48 horas após a realização da cirurgia.
A
ligadura não afeta os níveis hormonais femininos, não
comprometendo o relacionamento sexual, assim como também não altera
o ciclo menstrual. Aliás, acredita-se que esse procedimento diminui
o risco de câncer no ovário.
Mesmo
raro, há casos em que esses contraceptivos irreversíveis falhem e a
mulher acabe engravidando, mas essa taxa é bem pequena. Isso ocorre
com cerca de 0,1 a 0,3 por 100 mulheres por ano.
Dúvidas
pertinentes
- Tanto a vasectomia quanto a ligadura das trompas podem ser realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Mas são indicadas apenas para maiores de 25 anos, ou com pelo menos 2 filhos. Também é necessário aguardar 60 dias após a manifestação dessa vontade. Nesse tempo um aconselhamento multidisciplinar será oferecido com o intuito de desencorajar a esterilização precoce.
- O período seguro recomendado pelos médicos para a mulher ter relações sexuais após a cirurgia de ligadura das trompas é de uma semana à 3 meses.
- Os contraceptivos irreversíveis masculino ou feminino não necessitam de revisão constante pois são intervenções que não afetam a saúde.
- O homem pode desfazer a vasectomia. Entretanto em alguns casos infelizmente isso não é possível pois a produção de anticorpos destroem os espermatozoides que são produzidos.
Alternativas
Para aqueles que ainda sonham em constituir uma família, são
recomendados outros modos de prevenção à gravidez. Não existe
método melhor ou pior, apenas aquele que se encaixa melhor no perfil
do casal. Os mais conhecidos são:
- Coito Interrompido: o método mais antigo que existe e o menos confiável. Trata-se do homem retirar o pênis da vagina da mulher pouco antes de ejacular.
- Tabelinha: a abstinência sexual durante o período fértil da mulher, que costuma acontecer por volta do 14º dia após o primeiro dia da menstruação, é pouco utilizada por vários fatores. Um deles é que nem todas as mulheres possuem ciclos regulado, além do dia da ovulação que pode variar.
- Camisinha masculina: Comparada com os métodos anteriores, a camisinha tem de 2 a 18% de eficácia. Além da contracepção, também é uma maneira eficaz de evitar doenças sexualmente transmissíveis.
- Camisinha feminina: Menos popular, a camisinha feminina apresenta melhores resultados contraceptivos. Cerca de 5% de eficácia contra a gravidez e seu material feito de plástico, tem uma resistência maior contra as DSTs.
- Dispositivo Intrauterino (DIU): é um método bastante utilizado. Feito de polietileno, com substâncias de ações de anticoncepção quando inseridos no útero.
- Contraceptivos hormonais: a pilula anticoncepcional é a mais conhecida e uma das mais utilizadas entre as mulheres. O efeito da ingestão da pilula é impedir a ovulação através de hormônios sintéticos.
- Contraceptivos hormonais injetáveis: um método que tem se tornado bastante popular, pois é difícil de esquecer, já que sua aplicação é mensal ou trimestral. Além de ser reversível, já que a mulher pode engravidar assim que suspender o medicamento.
- Contraceptivo hormonal de uso vaginal (anel): contém os mesmos hormônios da pilula. Não é tão popular por conta do alto valor e não conta com a distribuição do SUS. Possui a mesma eficácia da pilula.
- Implantes contraceptivos: mesmo tendo duração de 3 a 5 anos, é um tratamento reversível. Através de uma pequena cirurgia, é colocado um implante debaixo da pele que libera hormônios impedindo a ovulação.
Não existe nenhum anticoncepcional 100% eficaz, até mesmo os
contraceptivos irreversíveis podem apresentar falhas. Mas apenas um
é capaz de evitar gravidez indesejada e doenças sexualmente
transmissíveis: os preservativos.
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